POR UMA PEDAGOGIA DA LEITURA –
reflexões sobre a formação do leitor. IN: Práticas
de letramento no ensino - leitura escrita e discurso. Organização Djane
Antonnuci Correa e Pascoalina Bailon de Oliveira Saleh. São Paulo: Parábola
Editorial; Ponta Grossa, PR: UFPG, 2007.
Não podemos negar que a leitura necessita
de uma pedagogia que deve interessar toda a escola. Não apenas os
professores dos Anos Iniciais e Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e
Médio. Segundo Saveli “falta na escola um projeto político-pedagógico que tenha
a LEITURA como um dos eixos norteadores de uma prática pedagógica
interdisciplinar”.
Segundo a autora, as pesquisas e
discussões acadêmicas sobre a leitura na escola vêm ganhando campo, mas as
práticas de leitura desenvolvidas na sala de aula, não têm acompanhado esse
ritmo. A escola não está conseguindo colocar essas pesquisas em prática na sala
de aula. Para a autora o distanciamento
entre o discurso teórico e as práticas pedagógicas é revelado pelas práticas
escolares consideradas ultrapassadas pelo discurso acadêmico. As práticas de
leitura com base na concepção estruturalista de linguagem resultam em “muita
soletração e pouca leitura”. Essa situação tem muitas causas: formação precária
dos professores, falta de ousadia da escola e desconfiança das propostas
pedagógicas que refutam atividades mecanicistas, importância dada ao livro
didático em detrimento à diversidade textual, dificuldade de transpor para a
prática a produção acadêmica, inexistência de estudo do conjunto de condições
nas quais se desenvolve o trabalho com a leitura na escola, falta de um projeto
político – pedagógico que tenha a LEITURA como um dos eixos norteadores de uma
prática pedagógica interdisciplinar. Nossa primeira barreira a transpor é a
ideia de que o ato de ler vai além da decodificação. Ao contrário, a linguagem
escrita é um instrumento do pensamento reflexivo. A escrita também não é
transcrição do oral. Segundo Saveli “a escrita é um meio de construir um ponto
de vista, uma visão de mundo [...] de estabelecer um sistema, de dar um sentido
às coisas”. A escola deve conscientizar-se da verdadeira natureza da leitura e
as condições imprescindíveis para o seu aprendizado. Para a autora ler é
reescrever o que estamos lendo. A leitura compreende uma operação complexa que
exige a percepção de relações entre o texto, o contexto do autor e do leitor.
Acreditamos que o modo como a leitura é desenvolvida na escola precisar ser
repensado para que sua prática seja não apenas um instrumento de aprendizagem
em todas as áreas do conhecimento, mas também um recurso para a conquista de
cidadania para nossos alunos. Leia o texto na íntegra, que vale a pena, certamente
sua visão sobre leitura se ampliará.
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